Com texto e direção de Alexandre Dal Farra, Serra Pelada discute violência e masculinidade a partir do garimpo predatório do ouro

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Espetáculo do Tablado SP parte da pesquisa do autor sobre a história do extrativismo na região e de reflexões a partir da peça ‘Boca de Ouro’, de Nelson Rodrigues. Trabalho estreia no dia 13 de fevereiro no Teatro de Arena.

A questão das muitas formas de violência envolvidas na mineração e no garimpo predatório do ouro em solo amazônico é tema de Serra Pelada, com texto e direção do premiado Alexandre Dal Farra. O novo trabalho do coletivo Tablado SP estreia no dia 13 de fevereiro no Teatro de Arena, onde segue em cartaz até 23 de março. No elenco, estão Gilda Nomacce, Flow Kontouriotis, Monalisa Silva e Victor Salomão.

O espetáculo nasce de mais de dois anos de pesquisa do autor sobre a dimensão do garimpo e da mineração na construção da modernidade, das viagens feitas por ele e o cineasta Joaquim Castro para a região e de uma série de reflexões a partir da peça “Boca de Ouro”, de Nelson Rodrigues.

Nessas expedições, Dal Farra e Castro fizeram muitos registros em imagem e coletaram vários depoimentos de pessoas que participaram do auge do garimpo de ouro na região e ainda vivem lá. No entanto, essas imagens não aparecem no espetáculo. Ao menos, não diretamente.

“Eu tinha estudado bastante o assunto, mas eu quis ir pra lá entrar em contato com esse universo. A Serra Pelada não é apenas onde foi o maior garimpo a céu aberto do mundo, mas fica na mesma região onde aconteceu a Guerrilha do Araguaia, o movimento de resistência contra a Ditadura Militar, e depois onde se deu o massacre de Eldorado dos Carajás, quando foram mortos 21 integrantes do MST. Então, conhecer essa região sempre me interessou muito”, revela o autor.

O garimpo na região da Serra Pelada teve início em 1979, quando foram encontradas as primeiras pepitas de ouro de aluvião. Em pouco tempo, milhares de garimpeiros migraram para o local. E, por conta da pressão de grandes empresas mineradoras como a Rio Doce Geologia e Mineração (DOCEGEO), em 1980, a Ditadura Militar enviou à região, como interventor o Major Sebastião Curió.

A principal realização anterior de Curió havia sido justamente a eliminação da Guerrilha do Araguaia, movimento liderado por Osvaldo Orlando da Costa, garimpeiro, comunista e militante do PC do B, que, ao que consta, sonhava em construir um estado paralelo e socialista financiado com o ouro extraído em outra região ao longo do rio Araguaia, que ficava a cerca de 100km da Serra Pelada.

No entanto, num momento de abertura política, a Serra Pelada tornou-se quase que uma espécie de estado paralelo, pertencente, não à esquerda, mas aos militares. As duas pontas se encontravam na montanha dourada que, ao longo de menos de dez anos, foi transformada, por meio da ação direta de milhares de mãos munidas de pás e enxadas, numa imensa cratera.

Sinopse

Quatro caras em uma viagem à Serra Pelada tentam entender o garimpo e acabam presos em um quarto de hotel.

Ficha Técnica

Direção e texto: Alexandre Dal Farra

Elenco: Gilda Nomacce, Flow Kontouriotis, Monalisa Silva, Victor Salomão.

Direção de movimento: Lucas Brandão

Figurino, cenário e direção de arte: João Marcos de Almeida

Luz: Lucas Brandão

Produção: Leo Devitto e Lud Picosque – Corpo Rastreado

@alexandre_dal_farra

@nomaccegilda

@flowkountouriotis

@silvi_monalisa_

@viisalomao

@luca_s_brandao

@joao.marcos.almeida
@leodevitto

@ludpicosque

@corporastreado

Serviço

Serra Pelada, com texto e direção de Alexandre Dal Farra

Temporada: 13 de fevereiro a 23 de março de 2025

Quinta a sábado às 20h e domingo às 19h

Não haverá sessão nos dias 22, 23, 27 e 28 de fevereiro e 1, 2, 8 e 9 de março.

Sessões Extras

18, 19 de março às 15h

Teatro de Arena – Rua Dr. Teodoro Baima, 94, Vila Buarque

Ingressos: Gratuito

Bilheteria: 1 hora antes do espetáculo

Classificação: 14 anos

Duração: 90 minutos

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