Com direção musical de Fábio Pinczowski e direção cênica de Marcio Macena, o show traz as canções de Erasmo Carlos que melhor traduzem as curvas de sua carreira e irreverência. O repertório tem releituras arranjadas especialmente para esse show, trazendo frescor aos grandes clássicos do gigante gentil.
Nas curvas da estrada de Erasmo, Miranda Kassin explora a obra do “Tremendão” sob uma nova perspectiva, trazendo uma visão feminina para canções originalmente compostas por um homem, muitas vezes com temáticas de masculinidade, fragilidade e afeto. Essa releitura não só destaca sua habilidade como intérprete, mas também sua capacidade de conectar diferentes gerações e gêneros musicais. Ao trazer essas músicas para uma nova era, ela cria um diálogo entre o passado e o presente, mostrando que as grandes canções são atemporais e podem ser reinterpretadas de forma a ressoar com novos públicos.
Fábio Pinczowski e Miranda Kassin já possuem uma forte sinergia artística pelos anos de trabalho juntos, isso levou a cantora a convidá-lo para assinar a direção musical do show, e junto com ela, vibrar na antropofagia modernista de Erasmo.
Fábio e Miranda eles escolheram a dedo as canções de Erasmo, e trazem arranjos inéditos para músicas como: É Preciso dar um jeito, meu amigo; Negro Gato; Grilos; Gente Aberta; Gatinha Manhosa; Gigante Gentil entre outras.
Márcio Macena traz em sua direção artística uma concepção muito simples, apoiada na força das palavras nas músicas de Erasmo.
Sons, silêncios e momentos dramáticos trazem as cores para a investigação de algumas memórias. No palco, Miranda pode ser vista algumas vezes como o alter ego do artista, sua versão feminina, e em outras como testemunha das mudanças que essa obra causou no público em muitos momentos da história da música brasileira.
A luz fará o papel de edição, como se fosse uma “mesa de corte”, dando às cenas a dinâmica necessária. No cenário, um poético móbile traz penduradas em suas hastes, algumas cartas que foram escritas inspiradas nas canções de Erasmo, outras inspiradas em sua trajetória e outras ainda apenas feitas em sua homenagem.
Essas cartas serão o fio condutor da narrativa desse show. Essas escolhas juntas darão o tom e a moldura necessárias para este encontro com a música e a obra de Erasmo Carlos.
É praticamente impossível encontrar algum brasileiro que não conheça ao menos uma música do Erasmo Carlos. Muito além da parceria eterna com Roberto Carlos, Erasmo é considerado por muitos o maior compositor popular do Brasil. Sempre esteve antenado com um genuíno sentimento brasileiro, ele compôs para diversos intérpretes, indo desde a jovem guarda até o rock progressivo, passando por lindas canções de amor, com muita consistência até seus últimos dias. “Uma obra dessa importância deve ser constantemente pulverizada, pois trata-se de um patrimônio inalienável da alma e cultura do país” completa Miranda.
Em entrevista ao Clemente Magalhães, Erasmo conta que os dois discos que geraram nele a faísca para decidir ser músico foram Rock Around the Clock, de Bill Halley e Chega de Saudade, de João Gilberto. Em outra entrevista, ele fala sobre sua música: “O meu rock nunca foi rock autêntico. Brasileiro nunca fez rock autêntico. Ele não sente na alma. Quem sente rock autêntico são ingleses e americanos. Eu faço o rock do Erasmo, que tem uma coisa brega, de vanguarda”.
A obra de Erasmo Carlos, marcada pela experimentação e pela fusão de diversos gêneros musicais, como o rock, samba e bossa nova, encontra em Miranda uma intérprete à altura. Ela traz para essas canções a força de sua voz feminina, criando um contraste intrigante com a masculinidade sentimental percebida nas letras de Erasmo.
Sua relação com a música de Erasmo é também profundamente afetiva e pessoal. Desde a infância, ela ouvia suas músicas ao lado do pai, e hoje perpetua essa tradição com suas filhas. Esse legado musical, passado de geração em geração, reflete a habilidade de Miranda de manter viva a essência de grandes compositores e intérpretes brasileiros, enquanto adiciona sua própria marca e estilo.
Serviço:
Nas curvas da estrada de Erasmo
Onde: Sesc Pompeia, rua Clélia, 93.
Quando: dia 12 de outubro, sábado às 18h30
Duração: 90 min
Classificação: Livre
Valor do ingresso: R$ 60,00 inteira / R$ 30,00 (meia – entrada)
Ingressos: https://www.sescsp.org.br/programacao/miranda-kassin-2/
Ficha Técnica:
Com Miranda Kassin
Direção Musical: Fábio Pinczowski
Direção artística: Márcio Macena
Fabio Pinczowski Guitarra
Fabio Sá: Baixo Acústico e Elétrico
Pedro Bienemann: Guitarra
Bibeats: Bateria
Danilo Moura: Bateria e Percussão